domingo, 1 de maio de 2011

A vivência cultural interfere na significação das palavras...

Essa é antiga, mas é verídica!
        Um jovem cuja família morava na cidade de Caibaté convidara sua namorada, uma moça da cidade, para acompanhá-lo até a casa dos pais a fim de conhecê-los.
        Seguiram os dois pelo trajeto mais curto, saindo de Cerro Largo e tendo que fazer a travessia do rio Ijuí através de uma pequena balsa, na Vila Tremônia.
       A moça, que nunca havia feito a travessia, ficou bastante apreensiva, questionou o noivo sobre a segurança da embarcação que era simples, com capacidade para dois a três carros, na época.
      - Fica tranquila, esses moços estão acostumados a fazer a travessia, não tem problema.
      Disse, referindo-se aos rapazes caboclos que cuidavam da balsa e que se movimentavam de um lado a outro da mesma, ora soltando cordas, ora esticando as mesmas.
      Quando estavam próximos da outra margem do rio, um dos rapazes gritou ao que estava no outro lado da embarcação:
      - Bombeia aí!
      A moça imediatamente entrou em pavor:
      - Estamos afundando, eles vão bombear a água que está entrando nas chalanas que sustentam a balsa!
      O noivo riu:
      - Não é nada disso. “Bombeia” para eles quer dizer olha. Olha aí se estamos na direção certa para atracar a balsa, só isso.

Outra verídica!

LANCHANDO NO RIO DE JANEIRO

Um amigo nosso, caminhoneiro, costuma levar sua família em viagens durante as férias escolares.
     Em uma dessas ocasiões, acompanhado da esposa e da filha de 12 anos, com um carregamento de alho, chegaram ao CEASA, no Rio de Janeiro logo pela manhã, após longa e cansativa viagem.
     Enquanto aguardavam o descarregamento, dirigiram-se uma lanchonete ali mesmo. Acomodaram-se em uma mesa e ele pergunta à filha e à esposa o que gostariam de comer e beber para o desjejum. 
     A mãe e a menina pedem uma batida, pensando em um farto copo de leite com frutas, e para comer, torradas, como as de presunto e queijo que costumam comer nas lancherias de sua cidade.
     Aos olhares de todos a sua volta, que logo percebem tratar-se de pessoas do sul, nosso amigo vai até o balcão e pede:
- Um café e dois pastéis para mim, um copo de batida e torradas para minha esposa e a menina.
- O gaúcho tem certeza, a batida é para elas?
- Preocupado com o caminhão e com a família, ele confirma, sério e ríspido.
- Sim, por quê? Não tem?
- Tem, é que essa hora, e a menina...
Quando o rapaz do bar traz o solicitado é que foram entender sua insistência em confirmar o pedido: a batida era uma espécie de caipirinha com cachaça, limão e açúcar e a torrada, uma fatia de pão torrado com manteiga.
Explicando, para desfazer o mal-entendido, descobriram que para os cariocas, a batida que elas queriam, era vitamina e a torrada, misto quente.

Um comentário:

  1. Muito boa as histórias!! A da torrada já me aconteceu várias vezes!!

    Parabéns
    Abraços

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