segunda-feira, 13 de junho de 2011

1. TEXTOS

1. Fábulas

A LÍNGUA E OS DENTES
                                  Leonardo da Vinci 
   Era uma vez um menino que tinha o mau hábito de falar mais que o necessário.
- Que língua! - suspiraram os dentes certo dia - nunca fica parada, nunca sossega!
- Por que é que vocês estão resmungando? - perguntou a língua em tom arrogante - vocês, os dentes, são meros escravos, e seu trabalho resume-se em mastigar o que eu decidir. Não temos nada em comum, e não permitirei que vocês se metam em meus negócios.
E então o menino continuou falando, algumas vezes de maneira imprópria, e sua língua sentia-se muito feliz, aprendendo novas palavras a cada dia.
Porém um dia o menino comportou-se mal e permitiu à sua língua contar uma grande mentira. Os dentes obedeceram ao coração, fecharam-se e morderam a língua.
A partir desse dia a língua tornou-se tímida e prudente, e passou a pensar duas vezes antes de falar.

JÚPITER E OS LENHADORES
                                                  Esopo
      Era uma vez um lenhador que fazia seu trabalho às margens de um rio de águas cristalinas. Num golpe repentino seu machado escapou e foi parar no fundo do rio.
No mesmo instante o lenhador mergulhou e procurou seu machado, sem sucesso. Que infelicidade! Perder sua ferramenta de trabalho...
     E o lenhador, encostado numa pedra, chorou com sentimento:
_ Eis na água meu sustento! Que os céus ouçam meu lamento! Como vou criar meus filhos, trabalhar sem minha ferramenta?
Quando levantou os olhos levou um susto. Júpiter, o mais importante dos deuses, tinha escutado seu clamor e foi ao seu encontro.
_ É isso que procuras, lenhador? Então, não chores mais! É este seu machado?
Com essas palavras, Júpiter tirou de dentro das águas um magnífico machado de ouro.
_ Não! _ exclamou o lenhador! _ Meu machado mais simples, senhor...
O deus, então, deixou o machado de ouro, à beira do rio, mergulhou e trouxe dessa vez um belo machado de prata. Com satisfação afirmou:
_ Agora sim! Como pude me enganar? Aqui está o seu machado...
Sem saber que se tratava do próprio deus Júpiter que estava à sua frente, o lenhador, meio sem jeito, falou:
_ Meu bondoso senhor, deveria me perdoar, mas este também não é o meu! Meu machado é velho, seu cabo é de madeira e até está enferrujado, não se compara a estes...
Júpiter, então, deixou o machado de prata ao lado do machado de ouro à margem do rio e voltou a mergulhar.
Desta vez trouxe o velho machado e o entregou ao lenhador, que de tanta felicidade quase não conseguia falar.
_ Muito obrigado, senhor! É esse mesmo! O meu velho e bom machado! Ele mesmo! Obrigado!!!
E diante da honestidade do lenhador presenteou-o com os outros machados também, desaparecendo misteriosamente, em seguida!
O lenhador pegou nos braços o seu tesouro e, ao encontrar com um grupo de amigos, contou o que havia acontecido.
Os amigos não conseguiram tirar os olhos de cima daquele tesouro que ele carregava nos braços.
Um deles, muito invejoso, depois de ter ouvido o acontecido, partiu em direção ao rio e, repetindo passo a passo o que o sortudo fez, pôs-se a chorar, encostado numa pedra.
_ Como isso pôde acontecer? O que farei agora? Como poderei trabalhar? Oh! Que destino desgraçado!
E para sua confirmação Júpiter apareceu e trouxe em suas mãos um belíssimo machado de ouro.
_ Que maravilha!!! _exclamou sem mais um choro... _ O senhor o encontrou... é o meu machado!
     Quando o homem ia pegar o machado de ouro, Júpiter ficou tão furioso ao perceber sua desonestidade que lançou o machado de ouro nas águas novamente e ainda aumentou a correnteza para que carregasse para sempre o verdadeiro machado do lenhador.
     MORAL: Só se ganha com a verdade.


O Garoto Pastor e o Lobo

        Um Jovem Pastor de ovelhas, encarregado que fora de tomar conta de um rebanho perto de um vilarejo, por três ou quatro vezes, fez com que os moradores e donos dos animais, viessem correndo apavorados ao local do pasto, sempre motivados pelos seus gritos: "Lobo! Lobo!".
       E quando eles chegavam ao pastoreio, imaginando que o jovem estava em apuros com o Lobo, encontravam-no zombando do pavor que estes demonstravam.
     O Lobo, entretanto, por fim, de fato se aproximou do rebanho. Então, o jovem pastor, agora realmente apavorado, tomado de pavor, gritava desesperado: "Por Favor, venham me ajudar; o Lobo está matando todo o rebanho!". Mas, ninguém deu ouvidos aos seus gritos.
Autor: Esopo
Moral da História:
Ninguém acredita em um mentiroso, mesmo quando fala a verdade.

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